Talks que expandem fronteiras e abrem novos horizontes
No HackTown, sociedade, diversidade e impacto social não são pautas laterais: são parte central da conversa. É nesse espaço que vozes plurais ganham destaque, trazendo olhares que atravessam gênero, raça, território, acessibilidade, saúde e educação. Cada talk é um convite a enxergar realidades diferentes e refletir sobre como podemos construir um futuro mais justo e coletivo. Mais do que inspirar, esses encontros provocam.
Eles mostram que inovação também é abrir espaço, dar visibilidade e criar oportunidades para quem historicamente esteve à margem. No HackTown, impacto social é feito de presença, escuta e intenção.
Confira algumas parcerias dessa edição do HackTown 2025
MPMG fortalece parcerias e promove inovação no HackTown 2025
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) participou do HackTown como parceiro de inovação. Representado pelo Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Velamento de Fundações e às Alianças Intersetoriais (Caots) e da Coordenadoria de Planejamento Institucional (Copli), o MPMG buscou fortalecer parcerias intersetoriais e explorar soluções tecnológicas para aprimorar serviços públicos.
Durante o evento, o promotor Francisco Angelo Silva Assis ministrou palestra e participou de painel sobre articulação entre setor público, empresas e organizações sociais. A participação marca um passo importante na integração do MPMG ao ecossistema de inovação e transformação social.
Um HackTown mais inclusivo, seguro e preparado para receber
O Hacktown está reforçando seu compromisso com acolhimento, inclusão e segurança, em parceria com a Atenta, por meio de formações em Diversidade, Equidade e Inclusão para suas equipes.
A iniciativa busca garantir um atendimento respeitoso e sensível a todos os participantes, além de implementar novas ações para melhorar ainda mais a experiência do público.
Um espaço de escuta, acolhimento e descompressão
A clínica Comunicar abriu suas portas (e corações) como ponto de acolhimento para quem precisa respirar, pausar ou simplesmente ser ouvido. Entre uma ideia e outra no HackTown, existe também o cuidado e para lembrar que saúde mental também é inovação.
HackTown reforça compromisso com a inclusão e segurança
O HackTown apresentou uma novidade importante este ano: a parceria com o Ouvidor Digital para implementar um canal de denúncias. A iniciativa veio reforçar a inclusão e a segurança no evento, permitindo a prevenção e o combate a situações de assédio, corrupção e outras violações legais.
Inclusão e inovação: AME marcou presença no HackTown
O HackTown reafirma seu compromisso com a inclusão, promovendo ações para tornar o evento o mais acessível possível. Os principais espaços, como o Inatel e a ETE, contaram com estrutura acessível. Três auditórios também ofereceram intérpretes de Libras, em parceria com a AME, podendo ser ampliados conforme o apoio dos patrocinadores. Além disso, o evento ofereceu crachá gratuito para acompanhantes de pessoas com deficiência, credenciamento especial e transporte adaptado gratuito entre os principais pontos. Para outras demandas de acessibilidade, o público podia entrar em contato com a organização.
TEIA-CAIXA fortaleceu as conexões com startups e o setor público
O hub TEIA-CAIXA consolidou seu papel como elo estratégico entre startups, setor público e grandes empresas, durante três dias de atividades intensas. O evento contou com a assinatura de um protocolo de intenções com a Prefeitura de Santa Rita do Sapucaí, apresentações sobre o modelo do TEIA e cases inspiradores, como o da Prefeitura de Belo Horizonte. Também foram realizadas reuniões com representantes de Pouso Alegre, Uberlândia e Betim, que demonstraram interesse em futuras parcerias. O encontro foi encerrado com o Happy Hour #GOVTECH, reunindo diversos atores do ecossistema. A receptividade positiva confirmou o potencial do TEIA-CAIXA em impulsionar soluções inovadoras no setor público.
HackTown doa 400 livros à biblioteca pelo terceiro ano consecutivo
Pelo terceiro ano seguido, a Biblioteca Municipal de Santa Rita do Sapucaí foi beneficiada com a doação de quase 400 livros arrecadados por meio da venda de ingressos sociais do HackTown. As doações contemplaram diversos gêneros, como ficção, romance, poesia, infantojuvenil, psicologia, sociologia e autoajuda, fortalecendo não só o acervo da biblioteca, mas também outras ações de incentivo à leitura na cidade. A equipe da Biblio agradeceu a parceria com o evento, que segue promovendo tecnologia, inovação, criatividade e cultura do município.
HackTown incentivou doações de sangue em campanha solidária com o Hemominas
O HackTown também promoveu uma campanha solidária, doando ingressos para quem agendasse doações de sangue na unidade do Hemominas em Pouso Alegre, nos dias 9, 10 e 11 de julho. A ação teve como objetivo reforçar os estoques de sangue da região, essenciais para atender pacientes em cirurgias, tratamentos oncológicos, doenças crônicas e emergências. Cada doação pode salvar até quatro vidas, tornando a iniciativa um gesto de grande impacto social.
O futuro é ancestral
No HackTown 2025, tecnologia e ancestralidade se encontraram no Espaço Elemento e Sol da Manhã, onde rituais, saberes e práticas conectaram os participantes à essência da vida e ao que realmente importa.
A programação começou com a Cerimônia do Fogo Sagrado, conduzida por Max Mello, guardião reconhecido pela ONU. Inspirada na tradição andina, ele acendeu uma fogueira que permaneceu acesa até o fim do festival, como símbolo de luz, presença e movimento coletivo. Também houve a Cerimônia da Água, consagrando esse elemento vital como elo de conexão entre os corpos, o planeta e o cuidado. A programação ainda incluiu a Roda de Cantos e Saberes com o povo Pataxó, um encontro de escuta e reverência às tradições indígenas, e reflexões contemporâneas com Nayara Santana, sobre como integrar ancestralidade e tecnologia para futuros mais conscientes. Já no workshop com Cadu Cassau, a respiração foi apresentada como tecnologia interna de transformação.
Um dos momentos mais potentes foi o Temazcal, sauna ancestral indígena que representa o útero materno. Ali, entre calor, cânticos e silêncio, os participantes viveram uma experiência profunda de purificação e renascimento.
No meio de tanta inovação, o Espaço Elemento lembrou: às vezes, o mais revolucionário é voltar às raízes.
Um resgate ao diálogo grego sobre ética e virtude
Jason Bermingham e Jorge Groove, vestidos com trajes da Grécia antiga, conduziram um encontro ao ar livre inspirado nos diálogos clássicos, focado em ética e nos quatro pilares estoicos: sabedoria, coragem, justiça e equilíbrio. O encontro propôs uma pausa autêntica, livre de telas, para líderes e inovadores refletirem sobre viver bem e tomar decisões conscientes. Com momentos de silêncio, escuta e diálogo, a experiência convidou os participantes a desacelerar e se conectar a valores milenares, encerrando com um simbólico brinde de pão, azeitonas e vinho.
Uma conversa com Monge Enjo, fundador do Templo Budista Taikanji, com moderação de Jason Bermingham
Vivemos em tempos paradoxais. Estamos mais “conectados” do que nunca e, ao mesmo tempo, mais sozinhos. A ilusão de pertencimento promovida pelas redes sociais e pelas interfaces digitais esconde uma crescente sensação de vazio, ansiedade e desorientação. Em meio a esse cenário de algoritmos, filtros e inteligência artificial generativa, como podemos recuperar nosso senso de identidade, comunidade e propósito?
Hackear a vida desde o começo
O HackTown 2025 também foi palco da trilha “Da Pré-Concepção à Parentalidade Consciente”, que expandiu os limites da inovação ao provocar reflexões sobre o início da vida e tudo o que vem mesmo antes dela.
Curada por Joana Mao e Braulio Zorzella, idealizadores do projeto Conexão Origem, a programação mostrou que construir um futuro mais empático, saudável e criativo também passa por repensar o nascimento, a parentalidade e até a forma como nos relacionamos com o próprio corpo.
O painel “Raízes do Feminino” trouxe à tona o corpo e o prazer como caminhos de autoconhecimento e potência criativa. A palestra “Psicoembriologia” questionou: a saúde mental começa antes mesmo do nascimento? Já “Hackeando o Nascimento” discutiu como a humanização do parto pode impactar diretamente a educação, os vínculos e até a saúde mental das próximas gerações. Também houve espaço para falar de urgências: “Parto ou Violência?” jogou luz sobre a realidade da violência obstétrica no Brasil e a necessidade de uma reforma centrada no respeito e na autonomia da mulher. E a conversa “Pré-Concepção e o Novo Mundo” propôs um olhar inédito sobre o período que antecede a gestação como ponto de partida para uma sociedade mais consciente.
Foi uma trilha que emocionou, gerou trocas profundas e mostrou que inovação não é só tecnologia: é também presença, escuta e o desejo de cuidar melhor do futuro, desde o começo.
Robôs no cuidado do TEA (Transtorno do Espectro Autista)
Já pensou em um robô ajudando no tratamento de crianças com autismo? Thiago Boaventura, professor da USP, mostrou como os robôs com pernas, desenvolvidos no laboratório LEGRO, estão saindo dos circuitos acadêmicos para transformar vidas de verdade. Um dos projetos mais tocantes envolve o uso desses robôs no acompanhamento de crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista).

A ideia é simples e genial: ao oferecer interações previsíveis e menos intimidadoras, os robôs criam um ambiente de acolhimento e segurança, algo essencial para essas crianças. É inspirador ver como mesmo um objeto que ainda causa estranheza a muita gente e parece coisa de ficção científica consegue unir engenharia, psicologia e cuidado humano.
Por mais inclusão nas arenas digitais
Direto do HackTown, Anyazita, caster de eSports, deu voz à importância de mais inclusão nas arenas digitais. Primeira mulher a narrar o CBLOL, ela compartilhou os desafios de se firmar em uma profissão ainda marcada por barreiras de gênero, que vão do preconceito com timbres femininos à falta de estrutura adequada.
“Não dá para esperar pelo microfone perfeito. Comece com a sua voz.”, ela incentiva, reforçando a importância de conquista de novos espaços para narradoras.
Com mais de 20 modalidades de eSports narradas no currículo, também trouxe à tona sua parceria com a caster Suuhgetsu, criando bordões traduzidos em Libras e tornando as transmissões mais acessíveis para a comunidade surda. Ao transformar sua trajetória em espaço de permanência e abertura, Anyazita reforça que diversidade se constrói com presença, escuta e intenção.
A palestra de André Schenini, Head Legal da Isurus Gaming, trouxe à tona alguns dos desafios jurídicos da propriedade intelectual em indústrias criativas, especialmente quando há vários criadores envolvidos. A conversa trouxe o emblemático exemplo do autor de The Witcher, o polonês Andrzej Sapkowski, que abriu mão de royalties atrelados às vendas do jogo por não acreditar no sucesso da adaptação. O aprendizado aqui serve para qualquer setor criativo: sem contratos bem estruturados, os criadores podem perder o controle (e os ganhos) sobre suas obras. O debate fica ainda mais aquecido com a entrada da inteligência artificial no processo criativo. Afinal, quem é o dono de uma criação feita por IA? Quem “pilota” o prompt? As big techs? Uma tese mais aceita na vertente jurídica é que essas criações são de domínio público, porque a interação não tem como ser rastreada. Mas uma quarta opção é utópica e quase filosófica, que seria dar a propriedade intelectual à própria Inteligência Artificial. Será que ainda teremos a revolução das máquinas nesse sentido?
Turbinando inovação em empresas de qualquer tamanho
O painel que abriu a Casa Conectada by Claro trouxe reflexões sobre os possíveis caminhos do jovem que está entrando no mercado: seja em startups, multinacionais ou na academia, cada trajetória importa e ensina.
O painel contou com Denise Pithan (Claro), Rafaella Pauferro (Edoo) e Alexandre Baratella Lugli (Inatel) com mediação de Felícia Fábula (Claro). Um destaque especial: durante o HackTown foi realizado um processo seletivo completo em tempo real, do pitch à contratação!
Os bastidores da conectividade que move o Brasil: a inovação na rede.
Na primeira tarde de agosto, quem passou pela Casa Conectada by Claro durante o HackTown 2025 viveu uma experiência que foi além da tecnologia. O painel “Inovação em Rede: Os Bastidores da Conectividade que Move o Brasil” não apenas discutiu os avanços e desafios da conectividade no país, mas mostrou, na prática, como a colaboração entre mercado e academia é essencial para transformar ideias em soluções reais.
Com mediação de Rodrigo Assad (beOn Claro), o bate-papo contou com André Sarcinelli (Claro), Alexandre Gomes (Claro Empresas GE) e Carlos Nazareth (Inatel). Juntos, os convidados ofereceram uma leitura atualizada e estratégica sobre o ecossistema de telecomunicações no Brasil, abordando temas como redes 5G, computação de borda, cidades inteligentes, segurança e inclusão digital.
André e Alexandre compartilharam os desafios da Claro no enfrentamento de barreiras estruturais, geográficas e sociais para garantir uma conectividade de qualidade em todo o território nacional. Destacou também o papel da inovação aberta, por meio do beOn Claro, como um catalisador de novas ideias que nascem da colaboração com startups, universidades e o ecossistema.
Carlos Nazareth reforçou como a pesquisa acadêmica e a formação técnica de excelência são fundamentais para esse avanço. O Inatel, instituição referência há seis décadas, tem sido protagonista na formação de profissionais que hoje lideram a inovação nas grandes empresas, como ficou evidente ao vermos dois de seus ex-alunos, André e Alexandre, agora como diretores da Claro, compartilhando o palco.
E foi justamente essa conexão que tornou o encerramento do painel inesquecível. Sem que os palestrantes soubessem, uma homenagem celebrou os 60 anos do Inatel, com a entrega de uma placa comemorativa para os participantes. Um gesto simples, mas carregado de significado, que emocionou quem estava no palco e o grande público que acompanhou cada detalhe do painel.
O mundo se encontra em Santa Rita do Sapucaí
Na edição 2025 do HackTown, a vibe global foi real. Mais de 200 participantes internacionais circularam pela cidade. Entre eles, palestrantes e até delegações oficiais, como as dos Ministérios de Cultura e de Ciência e Tecnologia do Paraguai. A Casa Dinamarca marcou presença pelo terceiro ano seguido, como um dos pontos de encontro mais animados do festival. Também teve África em foco, com painéis sobre o cenário de startups e inovação em vários países do continente.
E a China? Veio com tudo. Em dois talks conduzidos por Ale Fu e Daniel Lau (do instituto sociocultural Ibrachina), os debates giraram em torno da rápida descarbonização da matriz energética chinesa e da potência das Zonas Econômicas Especiais. Shenzhen, por exemplo, virou case: de vila de pescadores a gigante da tecnologia em poucas décadas. Não é por acaso que a cidade ganhou o apelido de Vale do Silício chinês.