O HackTown foi recentemente destaque no site de notícias britânico London Daily Post, reconhecido como um destino inspirador para profissionais criativos do Reino Unido em busca de novas perspectivas fora do circuito tradicional.
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A seguir, confira a tradução completa do texto.
Por que Criativos Britânicos Estão Buscando Inspiração em uma Pequena Cidade Brasileira
Enquanto Londres se prepara para sediar o South by Southwest (SXSW) em junho, transformando Shoreditch em um polo criativo global, uma revolução mais silenciosa acontece em uma pequena cidade brasileira. O HackTown, festival anual realizado em Santa Rita do Sapucaí — o “Vale da Eletrônica” do Brasil — está atraindo criativos britânicos em busca de perspectivas frescas, fora do circuito tradicional de eventos da indústria.
O Reino Unido é um líder global em exportação de criatividade, mas muitos profissionais estão buscando inspiração em lugares inesperados. O apelo do HackTown está no seu formato descentralizado, onde cafés, bares, salas de aula e até residências se transformam em espaços para workshops, shows e debates. Diferente das conferências tradicionais, a cidade inteira vira uma experiência imersiva, incentivando trocas espontâneas que raramente ocorrem em ambientes corporativos estruturados.
Oliver Carter, designer britânico radicado em Buenos Aires, descreveu sua experiência: “O formato do festival foi incrivelmente revigorante. Não há barreiras entre os palestrantes e os participantes. A própria cidade permite conexões que você não vivencia em nenhum outro lugar.”
O HackTown tem promovido colaborações internacionais, como a Casa da Irlanda, do Consulado Irlandês, que incentiva trocas educacionais e comerciais. Eoin Bennis, ex-Cônsul-Geral da Irlanda em São Paulo, comentou: “O potencial para parcerias aqui é imenso, especialmente em uma região com universidades de ponta e forte cultura de inovação.” Da mesma forma, a Casa Dinamarca apresentou aos participantes elementos da cultura dinamarquesa com experiências interativas, como assar snobrød — pão tradicional preparado no fogo.
Apesar da presença de grandes marcas como Google, AWS, Accenture e Unilever, o HackTown mantém suas raízes na cultura de base, garantindo que a participação corporativa complemente — e não domine — o festival. Ainda que a acessibilidade seja um desafio — muitas sessões são em português ou espanhol — o ambiente informal e multilíngue promove diálogos significativos.
Lucy Graham, diretora criativa baseada em Londres, refletiu: “Nem tudo foi traduzido, mas isso não foi um obstáculo. Pelo contrário, incentivou interações reais e fez com que o HackTown parecesse uma verdadeira troca cultural.”
Mais do que seu formato incomum, o HackTown aborda temas ausentes nos festivais criativos tradicionais — do conhecimento indígena amazônico a soluções climáticas e finanças descentralizadas em economias em desenvolvimento. Essas perspectivas oferecem aos britânicos insights raramente encontrados na Europa ou na América do Norte.
Carter resumiu sua vivência: “O HackTown me lembrou por que criativos precisam explorar o inesperado. As ideias pareciam brutas, originais e cheias de potencial. É o tipo de inspiração pela qual vale a pena cruzar o mundo.”
Com a próxima edição marcada para 31 de julho a 3 de agosto de 2025, com mais de 1.300 palestras, 500 startups e 100 artistas independentes, o HackTown segue ampliando sua influência. Enquanto Londres se prepara para o SXSW, muitos criativos britânicos já consideram esse festival brasileiro fora dos padrões como o próximo destino obrigatório.